A exigência do mercado é cruel. Tão cruel que faz as pessoas deixarem suas origens um pouco de lado por cobrança corporativa.

A Alexia Raine de Pádua Araújo foi minha aluna em um curso e quando ela me contou sua história, eu me vi pensando em como o preconceito é tão velado dentro do país.

Quando chegou em SP, foi trabalhar em uma recepção. Era uma ótima funcionária. Porém, seu chefe não gostava do sotaque dela. Ele deu a ela duas opções: “ou perde sotaque ou rua”.

Ela então se viu em uma tarefa muito difícil, tinha pouco tempo para deixar para trás um pouco das suas raízes. Para isso, ela resolveu ler “O Pequeno Príncipe ” e fazer uma espécie de audiobook.

Ela começou o primeiro capítulo com “oxente” e terminou o último com “mano”. Sotaque perdido, emprego mantido.

Mas o que fazer mais com aquele áudio? Anos depois, ela fez um amigo que tinha Parkinson e não conseguia mais segurar um livro para ler.

Ela então o deu o presente perfeito. Mas aquele emprego carregado de preconceito era muito pouco para menina.

A batalha continuou e hoje ela tem um grande emprego. Com mistura, com amor, com pertencimento. E o mais importante. Sentindo-se ela mesmo.

Todo respeito e admiração do mundo.

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